Comissão de Educação, Saúde e Cultura da CLDF aprova por unanimidade nome de Juracy Cavalcante Lacerda Júnior para presidência do IgesDF

Argüição pública ocorreu na tarde desta segunda-feira (10): o próximo passo é a aprovação do nome do gestor no Plenário da Câmara Legislativa

A Câmara Legislativa do Distrito Federal realizou audiência pública para argüição do doutor Juracy Cavalcante Lacerda Júnior, indicado pelo governador Ibaneis Rocha para assumir a presidência do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (IgesDF). O nome do médico foi aprovado por unanimidade pela Comissão de Educação, Saúde e Cultura da CLDF.

- Publicidade -

Médico por formação, Juracy Cavalcante Lacerda Júnior, 38 anos, falou de sua opção para atuar na gestão da saúde. “Na gestão podemos, com nossas ações, alcançar muitos mais pacientes”, ressaltou. Juracy foi questionado sobre vários aspectos, como melhorias na gestão, transparência de dados, dívidas, investimentos, contrato de gestão, entre outros.

“Meu modo de trabalho será focado na governança clínica, que busca a melhoria contínua de processos, com atenção à segurança do colaborador e do paciente”, resumiu. A governança clínica tem sete pilares: auditoria, gerenciamento de riscos, efetividade e eficiência, comunicação assistencial, responsabilidade e transparência, gestão de pessoas, e pesquisa operacional. “São pilares que podem contribuir para a gestão e resolução dos problemas de forma mais efetiva”, resumiu o atual diretor de Atenção à Saúde do IgesDF.

“Pretendo trabalhar com novas tecnologias e reduzir custos de contratos e desperdícios, não de investimentos”, afirmou. “Vou buscar também garantir o maior nível de transparência de nossas contas”, acrescentou. “Teremos um incremento de tecnologia para acompanhamento das metas do IgesDF em tempo real”, ressaltou o gestor. “O ambiente hospitalar é complexo e totalmente dinâmico. É importante termos ferramentas para a tomada de decisões e ajudarmos a ponta de forma mais efetiva”, afirmou.

“O Hospital de Base e o Hospital Regional de Santa Maria são de média e alta complexidade e, assim, recebem maior parte de nosso orçamento. A nossa prestação de contas é enviada mensalmente à Secretaria de Saúde do DF”, garantiu, ao falar de transparência.

Sobre as dívidas do Instituto, em janeiro de 2022, somavam R$ 235 milhões. Em março de 2023, o montante caiu para R$ 100,3 milhões – sendo que R$ 43 milhões são relativos a fornecedores com pagamentos suspensos e em acompanhamento pela Assessoria Jurídica e Controladoria; e outros R$ 48,2 milhões de parcelamentos tributários. “Nosso planejamento é reduzir custos e quitar nossas dívidas o mais brevemente possível”, destacou Juracy.

“Devemos buscar nas UPAs o fortalecimento do Projeto Acolher”, afirmou, ao responder sobre o planejamento de gestão de crises nas Unidades de Pronto Atendimento. Instituído pelo IgesDF, o projeto busca cuidar de quem cuida. O programa tem como objetivo promover a saúde e a qualidade de vida no trabalho dos colaboradores do Instituto. Entre as ações do Projeto Acolher, estão atividades de promoção, prevenção e de orientação nas áreas de Psicologia, Psiquiatria e Nutrição, além de acupuntura, Reiki e ginástica laboral.

Sobre as vagas de retaguarda para UPAs, o diretor apresentou dados. “Em cerca de 30 dias à frente da Diase no IgesDF, já abrimos 21 leitos de retaguarda para as UPAs no HRSM e outros oito eitos de UTI pediátrica no Hospital de Base. Buscaremos reabrir ainda leitos parados em nossas unidades, muitos deles por falta de equipamentos”, assegurou o médico.

Sobre a Hospital de Base, Juracy reconheceu que a unidade precisa de reformas e melhorias, assim como mudanças do seu parque tecnológico. Já em relação aos questionamentos sobre os tratamentos de oncologia, o médico apontou soluções. “A questão da oncologia me sensibiliza muito. Precisamos traçar melhores estratégicas para cuidar desses pacientes”, destacou. Até 2025, a estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca) é de que serão 700 mil novos casos por ano no Brasil. “O Hospital de Base tem uma deficiência de infraestrutura. Precisamos da ajuda da Câmara Legislativa para implementar e ampliar serviços e novas tecnologias”, destacou, referindo-se à viabilização de emendas parlamentares para ampliação da capacidade de tratamentos, como os de câncer no Hospital de Base.

Em relação ao contrato de gestão do IgesDF ser apenas para custeio e não para investimentos e reformas, Juracy reconheceu que o documento dificulta a resolução de muitos problemas enfrentados pelo Instituto. “Um novo modelo de contrato de gestão já está em análise e poderá melhorar muitos pontos”, explicou. “Hoje tenho um excelente diálogo com a Secretaria de Saúde do DF, o que é fundamental quando falamos em políticas e diretrizes de saúde. Sou totalmente acessível para trilharmos o melhor caminho para oferecer a melhor assistência aos nossos pacientes”, garantiu.

“A fila de cirurgias é um dos reflexos da pandemia, período em que os procedimentos ficaram represados”, explicou, ao destacar a importância das parcerias público-privadas para atender os pacientes de forma mais rápida. “Tentarei trazer minhas experiências como médico e como gestor. A partir dos sete pilares, introduziremos um novo modelo e uma nova cultura no IgesDF. Meu compromisso será de disponibilidade, transparência e humildade para trabalharmos em conjunto. A saúde é um problema de todos”, concluiu.

“Minha disponibilidade em assumir a presidência do IgesDF perpassa por sensibilização em poder contribuir para a melhoria da assistência à população do Distrito Federal, ao compromisso com o juramento que fiz e à humildade em aprender ainda mais”, finalizou Juracy Cavalcante Júnior. Todos os membros da Diretoria Executiva do IgesDF estiveram presentes na argüição.

O nome do médico foi aprovado por unanimidade pelos membros da Comissão de Educação, Saúde e Cultura da CLDF: Gabriel Magno (PT), Dayse Amarilio (PSB), Ricardo Vale (PT), Jorge Vianna (PSD) e Thiago Manzoni (PL). O próximo passo é a aprovação do nome do gestor no Plenário da Câmara Legislativa.

Comentários

Últimas