A Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) aprovou nesta terça-feira (19), em dois turnos, o projeto de lei que autoriza o Banco de Brasília (BRB) a adquirir uma participação no Banco Master. A proposta recebeu 15 votos favoráveis e 7 contrários no primeiro turno, e 14 a 7 no segundo. Agora, o texto segue para sanção do governador Ibaneis Rocha.
A operação tem como objetivo ampliar a presença do BRB no mercado nacional, diversificar seu portfólio de produtos e fortalecer sua competitividade no setor financeiro.
Segundo o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, a união entre as duas instituições trará benefícios estratégicos. Ele destacou que o BRB já possui atuação consolidada em segmentos como varejo, crédito consignado, financiamento imobiliário, agronegócio, programas sociais, seguros e investimentos. Já o Banco Master se concentra no segmento de atacado, com foco em câmbio, mercado de capitais, crédito consignado e atendimento a grandes empresas.
“Essa complementariedade permitirá a formação de um novo conglomerado prudencial, mais robusto e competitivo, com capacidade de oferecer produtos e serviços mais completos em todo o país. O mercado brasileiro comporta essa expansão, e o BRB vem se destacando em diversos segmentos nos últimos anos”, afirmou Costa.
Estrutura da operação e riscos
O presidente do BRB explicou que a aquisição é resultado de um processo criterioso de fusões e aquisições (M&A), com análises jurídicas, fiscais, trabalhistas e operacionais conduzidas por consultorias especializadas. Segundo ele, o BRB comprará apenas os ativos do Banco Master que têm alinhamento estratégico, com garantias contratuais firmadas. O pagamento será realizado de forma parcelada ao longo de seis anos, com valores ajustados previamente pelo próprio Master.
Quanto à aquisição de apenas 49% das ações ordinárias, sem controle majoritário, Costa esclareceu: “Como banco público, se o BRB assumisse o controle total, haveria estatização — o que não é o objetivo. Buscamos absorver competências do Master, como tecnologia, atuação em mercado de capitais e em segmentos onde ainda não temos presença.”
Ganhos esperados
Entre os principais benefícios da operação, o presidente destacou a ampliação do portfólio de produtos, o aumento previsto nos resultados — que serão convertidos em dividendos para investimentos em políticas públicas — e a geração de empregos. “Nosso plano de negócios prevê a contratação de 1.500 novos profissionais nos próximos cinco anos, o que contribuirá positivamente para a economia do Distrito Federal”, afirmou.
Costa também garantiu que os recursos utilizados na operação não virão dos cofres do GDF. “O BRB é uma instituição de economia mista listada em bolsa. Todo o investimento será feito com recursos próprios”, explicou.
Apoio do setor produtivo
A proposta recebeu apoio expressivo do setor produtivo do Distrito Federal. O presidente do BRB destacou que entidades como a Federação das Indústrias e a Federação do Comércio, que juntas representam cerca de 95% do PIB local, manifestaram confiança na estratégia do banco. “Esse apoio é um reconhecimento do papel estratégico do BRB”, disse.
Além disso, com a aprovação do projeto, o BRB também está autorizado a adquirir participações em outras instituições financeiras, tanto no Brasil quanto no exterior.