Na manhã desta terça-feira, 23, a Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) sediou, no Auditório 1, audiência pública voltada à gestão de resíduos e à erradicação dos lixões, por iniciativa do deputado Clécio Alves (Republicanos), presidente da Frente Parlamentar pela Erradicação dos Lixões. O parlamentar abriu o debate ressaltando o pioneirismo da Casa no tema. “Esta é a única frente parlamentar para a erradicação dos lixões existentes no Brasil. A única Assembleia Legislativa do país que abraçou essa bandeira e vem tomando providências concretas é a de Goiás”, afirmou, defendendo que a questão depende, sobretudo, de “ação e vontade política”.
A mesa de trabalhos contou com representantes do Ministério Público, da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB/GO), do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (Crea/GO), da Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema) e do Instituto Valoriza Resíduos. O promotor Juliano de Barros Araújo destacou que os principais obstáculos são culturais e políticos, e apontou a regionalização como solução para municípios menores. O engenheiro Antônio de Pádua Teixeira, do Crea-GO, alertou para a destinação incorreta de resíduos da construção civil, enquanto Antonio Januzzi, da Abrema, ressaltou que aterros sanitários já disponíveis poderiam atender mais de 50 municípios goianos. José de Moraes Neto, da OAB-GO, defendeu a integração entre órgãos públicos e sociedade para garantir soluções sustentáveis.
Entre os relatos, o prefeito de Silvânia, Carlos Mayer (UB), contou como conseguiu encerrar o lixão local em quatro meses, retirando mais de 450 caminhões de resíduos e estruturando uma cooperativa de catadores. Já o prefeito de Morrinhos, Maycllyn Carreiro (PL), enfatizou a necessidade de apoio do Estado e da União para aliviar o peso financeiro sobre os municípios. O diretor regional do Instituto Valoriza, Carlos Gaudio Fleury, lembrou que a verdadeira crise é a dos lixões e defendeu novas práticas de valorização dos resíduos como matéria-prima.
Ao encerrar a audiência, Clécio Alves criticou a situação do lixão de Goiânia, apontado como risco ambiental e de saúde pública, e reafirmou o compromisso da frente parlamentar. “Não existe mais prazo. O que falta agora é pôr a mão na massa. Essa frente parlamentar vai até o fim”, concluiu.
