Rogério Morro da Cruz: A força popular que pode reconfigurar o jogo político do DF em 2026

Renata Schuster Poli – Jornalista, pós graduada em Comunicação Eleitoral e Marketing Político, analista política com mais de vinte anos tendo trabalhado na Câmara Federal, vice-governadoria e governadoria do GDF, atualmente assessora na Câmara Legislativa DF.

Em tempos de federações frágeis e partidos em crise de identidade, nomes como Rogério Morro da Cruz emergem como agentes capazes de redefinir a correlação de forças no Distrito Federal. Com uma trajetória construída à margem dos grandes partidos, Rogério não apenas sobreviveu ao sistema político tradicional — ele quebrou a lógica.

Eleito em 2022 com 18.207 votos pelo PMN — um partido que, sem ele, praticamente desapareceu —, Rogério provou que sua força vem do povo e não da sigla. E mais do que um feito isolado, essa votação se mostra estratégica quando comparada ao desempenho de partidos maiores que sequer conseguiram eleger representantes. Com esse resultado, poderia ter sido eleito com folga por legendas como o PSB, MDB,PP ou Avante.

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O que isso revela? Um nome que não depende da máquina partidária, mas sim de base social consolidada, trabalho de rua e conexão com pautas reais, como a regularização fundiária — tema que atinge em cheio milhares de famílias esquecidas pelas grandes lideranças políticas.

Hoje, no PRD — fruto da fusão entre Patriota e PTB — e federado com o Solidariedade, Rogério se torna peça central. Juntos, esses partidos somaram pouco mais de 63 mil votos em 2022, número suficiente para uma cadeira caso estivessem unidos. Ou seja: Rogério representa sozinho quase 30% dessa força eleitoral. Não é exagero dizer que ele é o motor — talvez o único — capaz de dar fôlego à federação, com potencial real de garantir uma vaga e, dependendo da composição, até uma segunda cadeira nas eleições de 2026.

O cenário é ainda mais promissor. Com a redução do número de partidos que disputarão as eleições e nomes que concentram votos se tornam moeda valiosa. Rogério já está no radar de outras siglas que enxergam nele não apenas um candidato competitivo, mas um puxador de votos com poder de eleger outros.

E os números continuam a favor. Na última pesquisa realizada pelo Instituto EXATA OP, Rogério Morro da Cruz apareceu entre os dez parlamentares mais atuantes do Distrito Federal. Esse reconhecimento público reforça sua imagem de parlamentar presente, combativo e conectado com as demandas reais da população. Caso essa posição se confirme nas urnas em 2026, a estimativa é que sua votação supere os 25 mil votos, consolidando sua liderança e ampliando ainda mais sua influência política.

Política se faz com números, mas também com narrativa. E a narrativa de Rogério Morro da Cruz é a do homem que veio da periferia, bateu de frente com o sistema, e venceu com voto direto da população. Sua atuação constante em cidades como São Sebastião, Ponte Alta, Jardim Botânico, Planaltina, Ceilândia, Sol Nascente/Pôr do Sol, entre outras regiões do DF, amplia ainda mais seu alcance e fideliza sua base eleitoral.

Se a federação PRD/Solidariedade souber usar bem esse capital político, pode não apenas garantir uma cadeira, mas construir sua identidade política. Se não souber, corre o risco de ver Rogério ser cooptado por outros partidos, que já entenderam o óbvio: ele é um trunfo raro na política local — popular, leal à sua base e com votos reais na urna.

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