
A política do Distrito Federal vive um momento de rearranjo silencioso, mas profundo. Com o esvaziamento de siglas tradicionais e a fragmentação das forças de direita, surgem figuras que — com coerência temática e trabalho de base — ganham protagonismo e passam a ser disputadas como ativos estratégicos por grandes legendas. É nesse contexto que o nome de Daniel Donizet deixa de ser apenas uma referência à causa animal e passa a ocupar um lugar central nos cálculos eleitorais para 2026.
Donizet é, sem dúvida, um fenômeno eleitoral. Saiu de 9.128 votos em 2018 para 33.758 em 2022, quase quadruplicando sua base eleitoral em apenas quatro anos. E não foi só o volume de votos que impressionou — foi a forma como esses votos foram conquistados. Donizet não surfou em ondas partidárias ou palanques majoritários. Ele se elegeu por mérito próprio, ancorado em uma bandeira que cresceu junto com ele: a proteção e o bem-estar dos animais.
Em 2022, ele foi o puxador de votos do PL, responsável direto por ajudar o partido a eleger quatro deputados distritais. O que aconteceu depois é sintomático da política local: com a saída de Donizet e a provável candidatura federal de Thiago Manzoni, o PL dificilmente repetirá o feito, deixando um vácuo que outros partidos tentam preencher.
E é aí que entra o MDB. Ao se filiar à legenda em 2023, Donizet reposicionou seu projeto político em um partido que, embora tradicional, busca renovação e nomes com densidade eleitoral. O parlamentar passou a ser visto internamente como um curinga: pode disputar a reeleição distrital com chances concretas de estar entre os mais votados, ou fortalecer a chapa federal, que será liderada por Rafael Prudente e reforçada por nomes do primeiro escalão do governo Ibaneis Rocha — que, por sua vez, se movimenta para disputar o Senado.
Nos bastidores, o MDB aposta alto. Se as articulações se confirmarem e a nominata se consolidar, há estimativas de que o partido possa eleger dois deputados federais no DF — e os mais entusiasmados não descartam até três cadeiras, algo que há anos não se vê. Nesse cenário, Daniel Donizet é peça-chave. Sua capacidade de atrair votos diretos, sua conexão orgânica com um segmento de eleitores fiéis e sua atuação reconhecida o colocam como um dos poucos nomes capazes de mover estruturas partidárias e ampliar bancadas.
Ao contrário de muitos parlamentares que vivem de agendas difusas ou discursos oportunistas, Donizet escolheu um caminho: defender uma causa legítima e crescente. E a aposta deu certo. Ele não apenas construiu uma base sólida, mas ganhou legitimidade. Hoje, não é apenas o “deputado da causa animal” — é um dos políticos mais estrategicamente posicionados do DF.
Se o MDB quiser sair fortalecido de 2026, precisará de mais que estrutura: precisará de nomes com voto, causa e coerência. E nesse quesito, Daniel Donizet deixou de ser promessa e se tornou realidade.



