OAB-DF: Debate revela as verdadeiras faces dos candidatos

O Correio Braziliense e a TV Brasília trouxeram à tona a verdadeira essência dos postulantes à presidência da Seccional da Ordem dos Advogados do Distrito Federal.

Durante o debate, evidenciaram-se desequilíbrios e falta de preparo, com alguns candidatos já desrespeitando as regras eleitorais durante a campanha. Uma das candidatas, em particular, protagonizou uma cena digna de um espetáculo circense, na tentativa de ofuscar os demais concorrentes, causando desconforto no ambiente do debate.

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Os temas abordados foram especialmente relevantes para a advocacia, como as prerrogativas dos advogados após os eventos de 8 de janeiro e a necessidade de uma atuação mais incisiva da OAB do Distrito Federal frente às violações. A seguir, um resumo do debate:

Paulo Maurício: muito discurso, poucas respostas – O candidato da situação, Paulo Maurício, foi amplamente criticado pelos demais concorrentes. Seu discurso, muitas vezes vago, não apresentou soluções concretas, especialmente ao ser questionado sobre a falta de transparência nas contas da OAB e o déficit na Caixa de Assistência. Em um momento constrangedor, ele tentou justificar sua gestão nos últimos seis anos sob a liderança de Délio Lins e Silva Jr., sem oferecer soluções efetivas para os problemas financeiros que afetam a advocacia. Apesar de afirmar que “trabalhamos arduamente para defender as prerrogativas dos advogados que atuaram em 8 de janeiro”, sua falta de ações concretas foi amplamente criticada.

Cristiane Damasceno: nervosismo e desconexão – Cristiane, com potencial para representar a advocacia feminina, teve uma performance apática e pouco coerente. Visivelmente nervosa, sua falta de preparo ficou evidente, e sua postura defensiva não trouxe momentos de destaque. Ao criticar Karol Guimarães, disse: “É muito importante obedecer às regras. Esse é um princípio básico para qualquer advogado”, referindo-se ao desrespeito de Karol pelas normas do debate.

Cléber Lopes e a dependência política – Cléber Lopes tentou, em diversas ocasiões, se distanciar de seu vínculo com com figuras politicas de destaque no DF, mas suas falas deixaram claro que sua campanha está profundamente conectada aos interesses do governo. Ao ser questionado sobre as prerrogativas dos advogados pós 8 de janeiro, Lopes declarou: “A OAB precisa ter uma posição firme na defesa das prerrogativas. O diálogo é importante, mas deve ser seguido de ações concretas”. No entanto, sua tentativa de se mostrar independente não convenceu, e ele foi visto como um candidato preso aos interesses políticos do Palácio do Buriti.

Everardo Gueiros, consistência e firmeza – O destaque da noite foi Everardo Gueiros, o “Vevé”, como foi carinhosamente chamado pelo mediador Carlos Alexandre. Desde o início, Everardo demonstrou consistência em suas falas, abordando com firmeza e clareza os temas mais importantes para a advocacia. Sua crítica mais contundente foi direcionada a Poli, ao compará-lo à personagem Pollyanna, ironizando o “mundo de sonhos” que Poli tentava retratar. “Eu acho que toda advocacia do Distrito Federal queria viver nesse mundo de Pollyanna, mas a verdade é que a OAB não defende os advogados como deveria”, afirmou Everardo, reforçando sua postura de liderança e capacidade de ação.

Prerrogativas e o 8 de janeiro – Um dos temas centrais do debate foi a atuação da OAB frente às violações das prerrogativas dos advogados após o 8 de janeiro. Everardo Gueiros foi o único candidato a abordar o tema com profundidade, destacando a necessidade de uma OAB mais combativa. Segundo ele, “A Ordem tem que ir além do diálogo e chamar para si a responsabilidade de defender as prerrogativas dos advogados que foram violadas após os ataques de 8 de janeiro”. Sua fala ressoou como a mais pertinente e conectada com a realidade dos advogados.

Outro tema de grande importância tratado no debate foi a proposta de eleições diretas para o Conselho Federal da OAB. Everardo Gueiros se posicionou firmemente a favor, defendendo que a advocacia tenha mais participação nesse processo e criticando o modelo atual, onde poucas pessoas decidem. Segundo Everardo: “Se podemos escolher diretamente o presidente da República, por que não podemos escolher diretamente o presidente do Conselho Federal da OAB?”. A defesa de uma OAB mais democrática e inclusiva também se estendeu ao apoio à jovem advocacia e ao reconhecimento do advogado mais experiente.

Everardo também destacou propostas importantes, como a criação de um Clube da Ordem, que ofereceria benefícios à advocacia, e a isenção de pagamento para advogados com mais de 60 anos, pessoas com deficiência e jovens advogados, como forma de aliviar os custos para essas categorias. Ele ainda ressaltou a necessidade de uma maior assistência à transição de bacharéis para advogados, propondo um programa robusto de apoio para garantir que os novos profissionais tenham as ferramentas necessárias para entrar no mercado de trabalho com segurança.

Everardo Gueiros se destacou como uma opção ajustada às transformações necessárias à OAB brasiliense. Demonstrando profundo conhecimento das questões que afetam a advocacia e apresentando propostas claras para modernizar e fortalecer a Ordem, Vevé deixou claro que está preparado para liderar a instituição e resgatar a OAB como protagonista na defesa das prerrogativas dos advogados. Ele enfatizou a importância de retomar a relevância da Ordem no cenário jurídico e político, algo que seus adversários, presos em discursos vazios ou atitudes teatrais, não conseguiram demonstrar.

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