O projeto social contou com recursos de emenda parlamentar no valor de R$ 250 mil da deputada distrital Paula Belmonte, o que pode viabilizar as aulas de corte e costura, além da aquisição do material e das máquinas
Cerca de 60 mulheres em vulnerabilidade social de diversas cidades do Distrito Federal agora podem contar com uma profissão, por meio do projeto social “Sociocriativas Vida” do Instituto Formiguinhas do Bem, que oferece de graça, cursos de corte e costura. O encerramento da primeira turma do projeto ocorreu na segunda-feira (11/9), com a entrega de certificados e contou com o depoimento de superação de diversas mulheres, além da exposição dos produtos confeccionados pelas alunas, como bolsas e acessórios de viagens feitos com materiais recicláveis.
Na ocasião, a deputada Paula Belmonte (Cidadania), entregou certificados às participantes do programa, que concluíram alguns dos cursos da instituição. A parlamentar destacou a importância de poder incentivar o projeto que ajuda mulheres em situação e vulnerabilidade a se profissionalizar. A parlamentar destinou recursos de emenda parlamentar no valor de R$ 250 mil, empregados na manutenção do trabalho filantrópico realizado pelo Instituto Formiguinhas do Bem.
Superação
Além de receberem os certificados de conclusão dos cursos, algumas mulheres também tiveram a oportunidade de fazer relatos pessoais sobre as mudanças ocorridas após a capacitação que receberam na instituição. Foi o caso de Eduarda Rodrigues da Silva, de 23 anos, moradora do Jardim Ingá. Ela contou que teve uma infância marcada pela violência.
Muito emocionada, Eduarda disse que foi abusada por um estranho, ainda criança, aos sete anos, o que lhe causou traumas profundos. Na sequência, com firmeza, anunciou que hoje se sente segura e confiante para seguir a nova profissão de costureira. Mãe solo de três filhos, ela enxerga na profissionalização um futuro melhor. “ Eu decidi mudar a história da minha vida pelos meus filhos. Devido ao que sofri tive muitas dificuldades na escola e no aprendizado. Mas, encontrei pessoas que me ajudaram a conviver com essa cicatriz. Antes, eu fazia bicos. Agora, que aprendi a fazer bolsas, pretendo me aperfeiçoar e começar a vende-las para ter uma renda e independência financeira”, comemorou.
Outra aluna que também comemorou a atual condição de vida foi Alessandra de Jesus, de 37 anos. Segundo ela, quando criança, viveu nas ruas onde passou fome, frio e sofreu com a exclusão social. Contou que com a ajuda de instituições sociais, pode ter um lar. Vítima de violência doméstica do primeiro marido, aos 15 anos, Alessandra conseguiu se livrar das
agressões. Separada e com dois filhos pequenos, ela conta que teve dificuldades para ingressar no mercado de trabalho e, que hoje se sente realizada por ter uma profissão.
“Eu estou desempregada há um tempo. Sem uma experiência na carteira de trabalho fica tudo mais difícil. Agora, com meu certificado em mãos e com minha dedicação, pretendo comprar uma máquina de costura e colocar em prática todo o conhecimento das aulas que tive na instituição. Estou muito animada em confeccionar minhas peças para vender”, disse empolgada.
A presidente do instituto, Áurea Barbosa, destacou que a iniciativa de ajudar mulheres e crianças em vulnerabilidade surgiu há décadas, e que no decorrer dos anos ela pode criar o instituto com diversas ações para atender esse público. “Há mais de 30 anos tenho essa missão! Já resgatei meninas que sofriam diversos tipos de abusos e mulheres vítimas de violência doméstica e abandono. Para mudar a realidade dessas mulheres oferecemos capacitação profissional, além de assistência psicológica e com a entrega de cestas básicas e absorventes”, contou a presidente.
A deputada Paula Belmonte, que também acompanhou todos os relatos, assim como a entrega dos certificados, ressaltou a importância de ter conhecido de perto as histórias de vida e superação dessas mulheres. “ Investir na capacitação profissional dessas mulheres é garantir dignidade e resgate de autoestima. Muitas, aqui, passaram por situações de violência e abandono! Aprender uma profissão vai garantir uma oportunidade para que possam empreender, terem a sonhada independência financeira e serem donas do seu próprio destino”, ressaltou a deputada.