A cada novo ciclo eleitoral, o cenário político brasileiro passa por profundas transformações. Se antes as disputas se concentravam nos palanques e no horário eleitoral gratuito, hoje o principal campo de batalha é o ambiente digital. Redes sociais, aplicativos de mensagens e plataformas de vídeo assumiram papel central nas campanhas. No entanto, tudo indica que as eleições de 2026 terão um novo protagonista decisivo: o Judiciário.
Com regras mais rigorosas, fiscalização intensificada e uso de tecnologia para monitoramento de conteúdos, o processo eleitoral tende a ser amplamente judicializado. Nesse contexto, atitudes impensadas de candidatos, apoiadores e influenciadores podem ultrapassar os limites legais, gerando ações judiciais com consequências graves. Ao final, quem pode sair fortalecido nesse cenário não são apenas os eleitos, mas também os escritórios de advocacia especializados em Direito Eleitoral.
Mesmo antes do início oficial da campanha, diversos pré-candidatos já contam com equipes jurídicas atuando de forma preventiva e estratégica. O foco principal dessas atuações está na internet, onde cresce de maneira acelerada a disseminação de fake news, informações manipuladas e ataques pessoais travestidos de opinião.
Segundo o advogado e especialista em Direito Eleitoral, Dr. Carlos Fernando, o tempo da eleição mudou. “Não adianta ganhar o voto nas urnas e perder no Judiciário. As inovações tecnológicas transformaram o processo eleitoral, e as fake news não serão mais toleradas no âmbito das eleições”, destaca. De acordo com ele, a Justiça Eleitoral está cada vez mais preparada para agir com rapidez e rigor diante de abusos cometidos no ambiente digital.
O advogado ressalta ainda que os escritórios já estão se estruturando para a alta demanda que deve surgir. “Nosso escritório já está reforçando a equipe e desenvolvendo estratégias específicas para as eleições de 2026”, afirmou. A tendência, segundo ele, é de crescimento significativo no número de ações à medida que o período eleitoral se aproxima.
O alerta é claro: uma vez judicializada uma conduta, seja na esfera eleitoral ou criminal, os prejuízos podem ultrapassar a figura do candidato. Apoiadores, influenciadores digitais e até proprietários de veículos de comunicação que contribuírem para a prática de ilícitos podem ser responsabilizados judicialmente. Além de responderem a processos, muitos podem acabar arcando com custas processuais e indenizações, sem qualquer respaldo dos chamados “políticos de estimação”.
Diante desse cenário, as eleições de 2026 prometem ser decididas não apenas nas urnas, mas também nos tribunais. Informação responsável, cautela no discurso e respeito à legislação eleitoral serão determinantes. Caso contrário, o voto pode até eleger um candidato, mas será a Justiça que definirá quem, de fato, vai assumir o mandato.


