O programa Fábrica Social está com 413 vagas para o curso de corte e costura, na modalidade presencial. O período de inscrições começa nesta quinta-feira (3), por meio do site da Secretaria do Trabalho (Setrab). O prazo finaliza no dia 18 deste mês.
“Por meio da capacitação, as alunas conhecem outros projetos da Secretaria de Trabalho e são incentivadas a trabalhar formalmente, mas também a se tornar microempreendedores individuais”Daniele Lucia dos Passos, subsecretária de Integração de Ações Sociais
É o segundo chamamento publicado pelo Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) para o curso. As inscrições foram abertas inicialmente de 6 a 12 de outubro, mas, como apenas 187 pessoas foram matriculadas, a pasta decidiu abrir novo prazo de participação. São 12 meses e carga horária de 20 horas semanais. As aulas são ministradas de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h, no período matutino, e das 14h às 18h, no vespertino. Os participantes recebem uniforme, auxílio de R$ 304 e vale-transporte.
A capacitação pretende atender 600 pessoas no próximo ano – metade no período matutino e a outra no vespertino. Desse total, 480 vagas são para a concorrência geral, 30 para pessoas com deficiência (PcDs), 30 para idosos, 30 para jovens de Unidade de Acolhimento e 30 para imigrantes.
A subsecretária de Integração de Ações Sociais, Daniele Lucia dos Passos, salienta o papel da qualificação na geração de emprego e renda: “A nossa estratégia é massificar a divulgação para que a informação sobre o curso chegue às pessoas que ainda não sabem da oportunidade e que elas possam participar. Além de dar oportunidade de encaminhamento para o mercado de trabalho, os cursos da Fábrica Social podem mudar o rumo da vida das mulheres, nosso principal público atendido em corte e costura. Por meio da capacitação, as alunas conhecem outros projetos da Secretaria de Trabalho e são incentivadas a trabalhar formalmente, mas também a se tornar microempreendedores individuais.”
Oportunidade
Atualmente, o curso tem cerca de 200 alunas ativas que se formam em dezembro. Depois do passo a passo da linha e agulha, os sonhos profissionais delas ganharam novos horizontes. Para Rosilene Miranda, 49 anos, o conhecimento obtido trouxe a vontade de abrir a própria marca de roupas plus size.
“Engordei 35 kg em seis meses devido a um problema de saúde e fiquei com dificuldade de encontrar roupas do meu agrado”, conta a moradora de Samambaia Norte. “Até existem roupas plus size, mas nem todas são bonitas, não têm um bom acabamento. E a minha marca será de roupas plus size, básicas, bonitas e modernas.”
Maria da Conceição Ferreira, 49, almeja fundar o próprio ateliê de costura onde possa oferecer peças autorais e pequenos reparos em roupas. Hoje, ela já trabalha atendendo a comunidade do bairro em que mora em Santa Maria.
“Toda semana alguém me procura para fazer a bainha de uma calça, trocar um zíper, apertar alguma coisa, e eu quero continuar trabalhando com isso, mas no meu próprio ateliê, tendo o meu negócio”, afirma ela, que enfrentou o desemprego durante seis meses antes de iniciar o curso de corte e costura.
O contato com novos conhecimentos impactou a saúde mental de Maria da Conceição. “Sempre fui uma pessoa muito ansiosa e estressada, e até meu psicólogo percebeu a minha mudança depois que comecei a fazer o curso”, revela. “Eu me sinto muito mais centrada, muito mais disposta a aprender coisas novas.”
Já Maria Aparecida Neves, 59, lembra que, antes do curso, só sabia o básico; hoje, entende de técnicas variadas e de diferentes níveis de dificuldade. “Aprendi a dominar a máquina industrial e fiz várias roupinhas. Depois de me formar, quero comprar uma máquina e fazer bolsas e almofadas para vender”, diz. Sobre a experiência no curso, ela se mostra entusiasmada: “Foi tão bom que, se pudesse, eu faria de novo ano que vem”.
Participe
As inscrições podem ser feitas pelo site da Secretaria de Trabalho ou em qualquer uma das agências do trabalhador.
Para participar, o candidato deve cumprir os seguintes requisitos:
→ Ser integrante de famílias cadastradas no Programa Bolsa Família;
→ Ter inscrição atualizada no Cadastro Único de Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico);
→ Ter renda familiar per capita de até R$ 200;
→ Residir no Distrito Federal;
→ Possuir idade mínima de 16 anos. No caso de inscrição de jovens entre 16 e 18 anos incompletos, ambos contados até 6 de outubro de 2022, será obrigatório o preenchimento do formulário de autorização pelos pais ou responsáveis legais do menor. A ficha será disponibilizada no site da Setrab;
→ Não ter participado de nenhum processo de capacitação e qualificação no Programa Fábrica Social – Centro de Capacitação Profissional;
→ Pessoas com deficiência devem apresentar o laudo médico – validade máxima de 12 meses em caso de doença temporária.