A recente declaração da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), de que “não tem nenhum acordo de dobradinha para 2026”, caiu como uma ducha fria entre aliados do governador Ibaneis Rocha (MDB). A fala, aparentemente despretensiosa, foi amplamente interpretada como um sinal de distanciamento do grupo político que vinha sustentando seu nome como possível candidata ao Senado por Brasília.
A repercussão foi imediata. Entre eleitores de Ibaneis e analistas políticos locais, a leitura foi clara: se Michelle não quer compromisso, o campo está aberto para novas composições. Nesse cenário, ganha força nos bastidores e nas redes sociais a possibilidade de apoio à atual senadora Leila do Vôlei, que tem aparecido em terceiro lugar em todas as pesquisas. Leila conta com forte apoio do campo progressista, o que pode consolidar sua candidatura como uma alternativa viável e com base política já estruturada.
O clima de incerteza remete a 2022, quando Flávia Arruda era considerada a candidata preferida ao Senado e acabou sendo preterida em uma manobra articulada pelo clã bolsonarista, que resultou na candidatura de Damares Alves (Republicanos). Desde então, Damares tem direcionado seu mandato a pautas ideológicas e temas nacionais, frequentemente alheios às demandas concretas da população do Distrito Federal. Essa desconexão tem alimentado críticas e reforçado o sentimento de abandono entre os eleitores brasilienses, que agora clamam por um debate mais voltado à realidade local.
Enquanto isso, Michelle Bolsonaro, que vinha sendo cortejada como a grande aposta do PL para o Senado, parece adotar uma postura ambígua, o que tem causado desconforto até mesmo entre conservadores. “Ela quer os votos dos apoiadores do governador Ibaneis Rocha, mas não quer se comprometer com nenhuma costura política local. Isso não cola”, disparou um articulador do MDB, sob condição de anonimato.
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