A DF-463, principal ligação entre São Sebastião, Jardim Botânico e o Plano Piloto, pode passar por mudanças significativas para desafogar o trânsito que se intensificou após a implantação da faixa exclusiva para ônibus no trecho da subida do Morro Azul até o Viaduto do Jardim Botânico (antigo balão da Esaf).
A Administração Regional do Jardim Botânico enviou ao Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER-DF) uma proposta para criar uma faixa reversível entre o Balão da Papuda (ou acesso ao Jardins Mangueiral) e o balão de acesso à Ponte JK, em frente ao Solar de Brasília. A ideia é que, nos horários de pico, haja mais faixas no sentido Plano Piloto pela manhã e no sentido bairros no fim da tarde, conforme a demanda.
Segundo o administrador regional, Aderivaldo Martins Cardoso, a medida busca reduzir o tempo de deslocamento, melhorar a fluidez e minimizar os impactos negativos da faixa exclusiva de ônibus sobre os usuários de transporte individual. Um estudo da PDAD/2024 mostra que 76% dos moradores da região usam o carro para ir ao trabalho, enquanto apenas 13,8% utilizam o transporte coletivo.
O plano inclui um período piloto de 90 dias, com contagem volumétrica de tráfego, definição de horários, nova sinalização e fiscalização pelo Detran-DF e pela Polícia Militar. A Administração também pediu uma visita técnica urgente do DER-DF para avaliação do projeto no local.
Paralelamente, o deputado distrital Rogério Morro da Cruz (PL) apresentou na Câmara Legislativa uma indicação ao DER-DF propondo a criação de uma nova faixa de rolamento na DF-463, entre o cruzamento com a Rua da Quadra 2, Conjunto 11, no bairro Morro Azul (São Sebastião), e a rotatória de acesso à Estrada Parque Cabeça de Veado (EPCV), nas proximidades da antiga Esaf.
Com cerca de 5,6 quilômetros, o trecho concentra intenso fluxo diário de veículos vindos de São Sebastião, Jardim Botânico e Jardins Mangueiral. O parlamentar argumenta que, embora o corredor de ônibus tenha beneficiado os passageiros do transporte coletivo, ele também aumentou a pressão sobre as faixas destinadas aos automóveis, gerando retenções frequentes.
“A criação de uma faixa adicional de rolamento é uma intervenção necessária para equilibrar o uso da via, garantir maior fluidez e reduzir os conflitos entre os diferentes modais de transporte”, defende Morro da Cruz. Ele cita como exemplos positivos recentes obras como a terceira faixa da BR-020, entre Sobradinho e Planaltina, e o Complexo Viário Saída Leste, que segundo ele mostram a capacidade técnica do DER-DF para executar projetos de ampliação da malha viária.
As duas propostas, caso aceitas pelo DER-DF, poderão complementar-se: enquanto a faixa reversível oferece uma solução rápida e de baixo custo para horários de pico, a nova faixa permanente aumentaria de forma definitiva a capacidade da via, buscando aliviar os congestionamentos crônicos da região.