PRÊMO NOBEL DE LITERATURA

Por: José Carlos Gentili, Membro da Academia de Letras de Brasília e
da Academia das Ciências de Lisboa.

Em 2008, o Prêmio Nobel de Literatura foi concedido a um francês – Jean-Marie
Gustave Le Clézio, romancista, ensaísta, escritor de livros infantis, autor de mais de
40 obras entre elas: Deserto, Estrela Errante, o Processo de Adão Pollo, Índio Branco,
O Caçador de Tesouros, Diego e Frida, A Febre.

Outros franceses já foram agraciados: Sully Prudhomme, Romain Rolland, Anatole
France, Henry Bergson, Roger Martin Du Gard, André Gide, François Mauriac, Albert
Camus, Saint John Perse, Jean Paul Sartre, Claude Simon, Gao Xing Jian (chinês
naturalizado), conforme nos orienta o saudoso boletim Píndaro, da Academia de
Letras de Brasília.

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À época, recebeu a quantia de 1,2 milhões de euros, cerca de 10 milhões de coroas
suecas.

Hoje, 2022, os franceses voltam a ganhar esse milionário galardão, com a escolha da
octogenária escritora Annie Ernaux, conforme anúncio de Anders Olsson – the
committee´s chair-, da Svenska Akademien, que afirmou que “sua obra explora a
experiência de uma vida marcada por grandes disparates, observando gênero,
linguagem e classe”.

Escritora Annie Ernaux. (Foto da © Reuters. Annie Ernaux ganha Prêmio Nobel de Literatura de 2022 6/10/2022 Francesca
Mantovani-editions Gallimard/Divulgação, via Reuters)

A Academia de Letras de Brasília, que mantém vínculos com algumas academias
europeias é a mais importante Casa de Cultura da Capital da Esperança, tem
indicado, anualmente, nomes de notáveis escritores brasileiros, mantendo o mais

absoluto sigilo da nominação, condição sine qua non, a reger o universo concessivo
desse galardão.
A nossa indicação brasileira guarda rigidamente o regramento imposto pela Svenska
Akademien ao indicar um nome de candidato à premiação, o que aconteceu esse ano
de 2022, quando eleita foi a literata francesa, como poderia ser um escritor do Brasil,
também.
Há anos, a Academia Brasileira de Filosofia, comandada pelo saudoso amigo João
Ricardo Moderno, indicou publicamente o poeta Carlos Nejar, oportunidade na qual
a Academia de Letras de Brasília manteve integral apoio em várias visitas pessoais
em Estocolmo, sempre a receber o prestígio da diplomacia brasileira na Suécia, via os
excepcionais diplomatas Marcos Vinícius Pinta Gama e Leda Lúcia Camargo.
Os anos se sucedem e nenhum escritor brasileiro é laureado, restando-nos aplaudir o
lusitano José Saramago (1998), único e merecido vitorioso na Língua de Camões.
Eis os dezoito integrantes da Svenska Akademien.

Ovídio (43 a.C.-18 d.C.) já enunciava – “Agua mole cava a pedra”-, (gutta cavat
lapidem), dando origem ao provérbio: “Água mole em pedra dura tanto bate até que
fura.”.
José Carlos Gentili, Membro da Academia de Letras de Brasília e
da Academia das Ciências de Lisboa.

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