Debate da OAB-DF na Câmara Legislativa

O debate realizado pela Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) com os candidatos à presidência da OAB-DF expôs um cenário caótico, marcado por constantes interrupções e ataques pessoais. A proposta de elevar o nível das discussões e priorizar as propostas acabou sufocada por um espetáculo de vaidades e confrontos diretos, com poucos momentos de verdadeira discussão sobre os desafios da advocacia no DF.

Everardo Gueiros: O Apelo à Dignidade

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Everardo Gueiros foi o candidato que mais se destacou, não apenas por suas propostas sólidas, mas por sua capacidade de trazer seriedade ao debate. Em meio às trocas de acusações e interrupções, Gueiros chamou a atenção para o papel do evento:

> “Estamos aqui para discutir propostas e o futuro da advocacia. O que estamos vendo é uma vergonha para a nossa classe”.

 

Ao criticar Cristiane Damasceno, não hesitou em abordar a questão das viagens:

> “Pago pela OAB, Cris, com o dinheiro da Ordem, passeando. Não é possível!”.

 

Além disso, Gueiros enfatizou a importância de uma gestão inclusiva e eficiente, destacando que sua chapa representa verdadeiramente a diversidade da advocacia.

Paulo Maurício Poli: Um Candidato à Sombra da Gestão Atual

Paulo Maurício Poli, representante da continuidade, entregou uma performance burocrática e desinspirada. Ao ser questionado sobre a situação financeira da OAB-DF, limitou-se a repetir o discurso oficial:

> “Não há dívidas. Basta olhar o nosso portal de transparência. Precisamos ser sérios com a advocacia”.

 

Essa resposta, embora direta, foi criticada por sua superficialidade e falta de embasamento. Poli não apresentou detalhes ou números concretos que comprovassem a solidez das finanças da OAB. Sua defesa vazia reforçou a percepção de que ele representa apenas a manutenção do status quo, sem oferecer soluções inovadoras para os problemas que afligem a advocacia no DF.

Poli também demonstrou dificuldade em lidar com as críticas à gestão atual. Quando confrontado sobre a falta de iniciativas voltadas para os jovens advogados, sua resposta foi evasiva, destacando programas genéricos que não trouxeram impacto mensurável. Sua postura reforçou a imagem de um candidato engessado, sem visão de futuro.

Cléber Lopes: O Retrato do Elitismo e da Falta de Sensibilidade

Cléber Lopes adotou uma postura combativa, mas suas declarações polêmicas foram um tiro no pé. Em uma de suas falas mais criticadas, atacou diretamente a inclusão de manifestações culturais em eventos da OAB:

“Transformaram a entrega de carteiras numa Feira de Acari. Tocaram até rap!”.

 

 

Essa declaração revelou um desprezo evidente pelas manifestações culturais populares e reforçou a percepção de elitismo. Lopes deixou claro que sua visão de advocacia é restrita a um grupo seleto, desconectado das realidades sociais e culturais da maioria dos advogados.

Além disso, Lopes foi confrontado sobre a gravação não autorizada de uma reunião privada com Cristiane Damasceno, o que gerou acusações de conduta antiética e misógina. Sua justificativa:

> “Fiz o que era necessário para expor a verdade”,

 

foi recebida com ceticismo, destacando ainda mais seu desrespeito pelos princípios básicos de ética e confidencialidade.

Lopes também se mostrou incapaz de apresentar propostas concretas para os desafios da OAB. Quando questionado sobre como pretende lidar com o déficit de representatividade na Ordem, desviou o foco para críticas genéricas à gestão atual, sem oferecer soluções específicas.

Conclusão

O debate revelou mais do que as propostas – ou a falta delas – dos candidatos. Everardo Gueiros foi o único que conseguiu se destacar positivamente, apresentando propostas claras e pedindo respeito ao processo democrático. Em contrapartida, Paulo Maurício Poli e Cléber Lopes saíram extremamente desgastados. Poli, com sua abordagem burocrática e falta de originalidade, mostrou-se incapaz de inspirar confiança. Já Lopes, com suas declarações elitistas e conduta ética questionável, consolidou-se como o candidato mais distante das reais necessidades da advocacia. Ambos deixaram claro que não possuem a visão ou o preparo necessários para liderar a OAB-DF em tempos de tantos desafios.

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