Café com Pimenta: O Jogo Político no Distrito Federal

Renata Schuster Poli – Jornalista, pós graduada em Comunicação Eleitoral e Marketing Político, analista política com mais de vinte anos tendo trabalhado na Câmara Federal, vice-governadoria e governadoria do GDF, atualmente assessora na Câmara Legislativa DF.

O Governador Ibaneis Rocha (MDB) está começando a montar seu time para as eleições de 2026. Após a escolha de Gustavo Rocha (Republicanos) como candidato a Vice-Governador de Celina Leão (PP), Ibaneis se vê diante de novos desafios. No entanto, as negociações com a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro, que já declarou que não seguirá com o governador para uma possível candidatura ao Senado, começaram a esfriar. Em 27 de junho de 2025, nosso portal noticiou que Michelle deixou claro seu distanciamento da aliança, dando um recado direto sobre o rumo político que tomaria.

Sem espaço para se acomodar, a Deputada Bia Kicis também entrou na disputa pelo Senado. Ameaçando uma possível candidatura junto a Michelle Bolsonaro, ela acirra a já quente disputa eleitoral no DF. Bia Kicis tem todo o direito de se lançar candidata, mas fica a questão: será que a deputada deve manter todos os cargos e as indicações que o PL detém dentro do Governo do Distrito Federal, mesmo que isso pareça contraditório com a postura que ela vem adotando em relação ao governador?

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O PL e a Administração Regional do Sudoeste/Octogonal

Foto: blogolhardigital

Uma das maiores críticas que vem surgindo no cenário político local é a gestão do PL, especialmente no que diz respeito ao administrador do Sudoeste/Octogonal, que está sendo visto como o pior desempenho entre as administrações regionais do DF. O partido de Reginaldo Sardinha (PL) segue na base de apoio de Ibaneis, mas os números de rejeição, principalmente no Sudoeste/Octogonal, não mentem. Segundo pesquisa do Instituto Exata OP, 72,7% da população desaprova a gestão local, enquanto apenas 27,3% a aprovam. Isso é um desgaste enorme, tanto para o governador quanto para a vice, Celina Leão, que precisam, urgentemente, avaliar como essa insatisfação está afetando suas imagens.

Fica a dica ao nobre incauto administrador: não adianta mandar recado para esta jornalista e demais veículos de comunicação nem ficar esbravejando pelos corredores. Foque no trabalho e na gestão para mudar o cenário atual de sua administração. A população está atenta e nossa equipe também, pois desgaste político tem consequências diretas para todos os envolvidos.

O PL e o Senado: Isolamento ou Aliança?

Foto: Divulgação do PL

Com Michelle Bolsonaro e Bia Kicis colocando seus nomes na disputa, o cenário no DF se torna ainda mais incerto. A movimentação deixa em aberto a possibilidade de um diálogo mais fluido e menos conflituoso entre o Governador Ibaneis e os outros partidos do centro.

Ibaneis, que é conhecido por transitar bem tanto no centro-direita quanto no centro-esquerda, poderá estreitar laços com figuras como a Senadora Leila do Vôlei, criando um ambiente mais amigável para a sua candidatura.

No fim das contas, a política é um jogo dinâmico, e as cartas podem ser embaralhadas a qualquer momento. Só o tempo dirá como esses conflitos e alianças irão se desdobrar até 2026. Mas uma coisa é certa: no Distrito Federal, as eleições de 2026 prometem ser um verdadeiro embate de egos e estratégias.

A Entrada de Arruda no Cenário

Apesar de ainda não ter se declarado oficialmente como candidato para qualquer cargo em 2026, o ex-governador José Roberto Arruda (PL) está se tornando uma figura cada vez mais relevante nas pesquisas de intenção de voto. De acordo com os últimos levantamentos, Arruda ocupa a segunda posição, logo atrás da atual vice-governadora Celina Leão (PP), que lidera o cenário até o momento. Sua entrada no jogo, embora não confirmada oficialmente, promete agitar ainda mais a disputa, já que ele possui uma base de apoio sólida e uma forte presença política no DF. A dúvida permanece: será que Arruda irá arriscar uma candidatura ao Governo ou se lançará a Deputado Federal ? Certo é que sua candidatura pode mexer com as estruturas das alianças políticas na capital.

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