O nome de Rogério Ulysses voltou ao centro do tabuleiro eleitoral do Distrito Federal e não por acaso. Ex-deputado distrital e pré-candidato em 2026, Ulysses passou a ser tratado como ativo estratégico por duas legendas com projetos distintos, mas igualmente ambiciosos: PSD, Avante e Solidariedade. O convite formal feito por ambas revela mais do que interesse individual — expõe a disputa por quadros com lastro eleitoral e identidade regional.
No Solidariedade, o movimento é quase natural. A possível saída de Rogério Morro da Cruz do PRD, partido federado à legenda, abriria espaço para que Ulysses assumisse protagonismo imediato, especialmente com foco em São Sebastião, região onde mantém base política consolidada. A aposta seria em um candidato competitivo, com recall eleitoral e capacidade de reorganizar a nominata, algo essencial em um cenário de cláusula de desempenho cada vez mais rigorosa.
Já no PSD, o cálculo é outro — e mais ousado. Com a chegada de José Roberto Arruda ao partido e a clara intenção de liderar o projeto majoritário para o GDF, a legenda busca nomes capazes de impulsionar chapas proporcionais robustas. Nesse contexto, Rogério Ulysses surge como potencial nome com grande potencial de votos, condição que lhe garantiria não apenas conforto eleitoral, mas também status interno privilegiado. Não à toa, filiados já o tratam como favorito caso a filiação se concretize.
Além de PSD, Avante e Solidariedade, outras legendas também mantêm conversas com o ex-parlamentar. PDT e PSDB acompanham de perto os movimentos de Ulysses e avaliam seu potencial eleitoral, o que reforça a percepção de que seu passe está valorizado e que sua decisão terá impacto direto na configuração das chapas proporcionais para 2026.
A decisão de Ulysses, portanto, vai além da escolha de uma sigla. Trata-se de definir se o caminho será o protagonismo regional em uma estrutura federada, a segurança política de um partido em expansão com projeto de poder claro, ou ainda uma alternativa estratégica em legendas tradicionais que buscam se reposicionar no DF. Em qualquer cenário, o fato é um só: Rogério Ulysses deixou de ser coadjuvante e passou a ser peça disputada no xadrez político do DF rumo a 2026.


