A mais recente pesquisa eleitoral interna, encomendada pelo grupo Vou Lá Comunicação revela um cenário de acirrada polarização na disputa pelas duas vagas ao Senado no Distrito Federal. Realizado entre os dias 19 e 29 de maio de 2025, o levantamento ouviu 5.192 eleitores em 11 regiões administrativas, com margem de erro de 4 pontos percentuais e nível de confiança de 95%.
Os dados indicam um empate técnico entre os principais nomes da centro-direita e da centro-esquerda, reforçando a possibilidade de que as vagas ao Senado sejam divididas entre os dois campos políticos. Michelle Bolsonaro (PL) lidera a corrida com 23% das intenções de voto, seguida de perto pelo governador Ibaneis Rocha (MDB), com 20%. Ambos estão politicamente situados no campo da centro-direita.
Do lado progressista, a senadora Leila do Vôlei (PDT) e a deputada federal Erika Kokay (PT) aparecem empatadas com 10% cada, configurando um equilíbrio interno na centro-esquerda. Outros nomes, como a deputada Bia Kicis (PL), representante da extrema-direita, pontuam abaixo, com apenas 3%. Um número expressivo de eleitores — 34% — ainda se declara indeciso, o que indica um alto potencial de mudança no cenário até o início oficial da campanha.
Um dos dados relevantes da pesquisa é a vantagem territorial de Michelle Bolsonaro, que lidera em 9 das 11 cidades pesquisadas. Já Leila Barros supera Erika Kokay em 7 dessas regiões, demonstrando leve vantagem dentro do campo progressista.
A memória eleitoral também joga luz sobre possíveis viradas. Em 2018, Leila Barros surpreendeu ao ser eleita como a mais votada para o Senado, mesmo sendo considerada o “segundo voto” em diversas chapas. O histórico sugere que a fragmentação de votos, tanto na direita quanto na esquerda, pode novamente favorecer candidatos considerados secundários, mas com capilaridade regional.
A centro-esquerda, por sua vez, conta com uma oportunidade estratégica. Com a ausência de nomes competitivos como Reguffe, que deve disputar uma vaga na Câmara Federal, o campo progressista pode se reorganizar em torno de Leila ou Erika, caso uma das candidaturas recue ou se fortaleça durante a campanha.
Na centro-direita, o cenário ainda pode sofrer alterações com o possível ingresso de novos nomes para o senado, como o do deputado federal Fred Linhares e do desembargador aposentado Sebastião Coelho, ambos ligado à extrema-direita. Sua eventual entrada pode redistribuir votos dentro da base conservadora, afetando especialmente a posição de Bia Kicis e tensionando o equilíbrio entre Michelle e Ibaneis.
Com a campanha prestes a começar oficialmente, os dois blocos políticos devem se posicionar com mais clareza e definir suas composições majoritárias. Enquanto isso, a pesquisa revela uma tendência de divisão de forças entre centro-direita e centro-esquerda, com boas chances de que cada campo conquiste uma das duas vagas em disputa ao Senado Federal pelo Distrito Federal.
