A consulta pública realizada pelo Blog do Cafezinho entre os dias 15 e 18/03, com a pergunta “Se as eleições fossem hoje, em quem você votaria para Governador (a)?” trouxe à tona uma série de surpresas e reflexões sobre o cenário político do Distrito Federal. Embora o foco principal tenha sido as intenções de voto para o GDF nas eleições de 2026, os resultados revelam não apenas as preferências dos eleitores, mas também tendências que podem influenciar a dinâmica política nos próximos anos.
A Surpreendente Ascensão de Daniel Donizet (MDB)
A grande surpresa da enquete foi a forte liderança do deputado distrital Daniel Donizet (MDB), que, embora ainda não tenha anunciado oficialmente sua candidatura ao GDF, foi apontado como o favorito, com 25.9% dos votos (1341 votos). Sua posição à frente de nomes tradicionais e conhecidos da política local mostra um crescente interesse e confiança por parte da população no nome do deputado. Este resultado sugere que Donizete está conseguindo se destacar no cenário político, mesmo sem se lançar de maneira formal à disputa, o que indica uma certa falta de opções dentro do eleitorado ou, possivelmente, uma crescente rejeição aos nomes mais tradicionais.
Celina Leão: A Candidata Oficial
Com 22.8% (1177 votos), Celina Leão, a atual vice-governadora e já declarada candidata, ficou em segundo lugar. Sua posição reflete a força de sua trajetória política e a continuidade de seu nome no cenário eleitoral, além da base de apoio sólida que tem dentro do Distrito Federal. Sua candidatura não é uma surpresa, mas o fato de ela ter ficado em segundo, ainda atrás de Donizete, pode indicar que, embora tenha a visibilidade de um cargo executivo, há uma parcela significativa do eleitorado disposta a considerar alternativas fora do atual sistema de poder.
Izalci Lucas: A Reavaliação de Seu Potencial Eleitoral
O senador Izalci Lucas, que obteve 15.8% (816 votos) na enquete, ficou com a terceira colocação. Mesmo com um histórico de 70.584 votos nas eleições de 2022 para o governo, o desempenho de Izalci nesta enquete sinaliza que sua trajetória política está sendo revista pelos eleitores. O fato de ele figurar em terceiro lugar, mesmo com uma base eleitoral considerável, pode indicar que há um distanciamento do seu nome entre os eleitores para as eleições de 2026. Isso abre espaço para questionamentos sobre sua viabilidade como candidato e os desafios que ele enfrentará para reengajar o eleitorado.
A Quarta Colocação e o Cenário de Paula Belmonte (Cidadania)
O nome de Paula Belmonte, deputada distrital (Cidadania), surge como uma alternativa interessante. Com 4.6% (237 votos), ela aparece na quarta colocação, o que, se considerarmos a desistência de Rafael Prudente (MDB) de uma candidatura, coloca Belmonte na posição de uma das principais opções para a chamada “terceira via”. Sua posição ideológica, que pode ser vista como uma proposta de centro, abre um leque de possibilidades, incluindo a chance de atrair eleitores de diferentes espectros ideológicos. O fato de ela ainda não ter se lançado oficialmente ao GDF torna sua posição ainda mais intrigante, visto que sua candidatura poderia ser uma alternativa para aqueles que não se alinham com os extremos das correntes bolsonarista e lulista.
Rafael Prudente: O Desistente que Reconfigura o Cenário
Rafael Prudente, que alcançou 5.8% (302 votos) na enquete, anunciou sua desistência da possível candidatura ao Buriti. A desistência de Prudente altera, de certa forma, o tabuleiro político. Sua posição poderia ter sido mais expressiva, mas com sua saída da corrida, Belmonte aparece com uma chance de se consolidar como uma opção forte para os eleitores que buscam renovação ou alternativas fora do mainstream político.
Conclusão: O Peso da Câmara Legislativa nas Eleições de 2026
Os resultados da enquete revelam uma clara fragmentação do eleitorado do Distrito Federal, com múltiplas opções sendo apresentadas como possíveis candidaturas ao GDF. A eleição de 2026 promete ser altamente competitiva, e a Câmara Legislativa desempenhará um papel crucial na escolha dos candidatos e nas alianças que poderão ser formadas.
O cenário atual reflete um eleitorado ávido por mudança, mas também pragmático, disposto a explorar novas opções, como o caso de Daniel Donizete. No entanto, figuras consolidadas, como Celina Leão, ainda se mantêm com grande força. A possibilidade de Paula Belmonte surgir como um nome capaz de representar a “terceira via” também reforça a ideia de um cenário em que novas lideranças podem se destacar, criando uma dinâmica de disputa mais fluida e aberta, sem que haja grandes certezas sobre quem será o grande vencedor nas urnas.
Assim, o panorama político do Distrito Federal para as próximas eleições se desenha em uma tela de incertezas, onde novos nomes e alianças poderão surgir à medida que os próximos anos se passam.