Café com Pimenta: Bastidores, poder e verdades ardidas

Renata Schuster Poli – Jornalista, pós graduada em Comunicação Eleitoral e Marketing Político, analista política com mais de vinte anos tendo trabalhado na Câmara Federal, vice-governadoria e governadoria do GDF, atualmente assessora na Câmara Legislativa DF.

Rogério Morro da Cruz de saída

Fontes ligadas ao deputado Rogério Morro da Cruz afirmam que sua permanência no PRD se tornou insustentável. O motivo? A legenda declarou apoio ao pré-candidato ao GDF Arruda, movimento que não agradou ao parlamentar nem ao seu grupo político. A expectativa é que Rogério desembarque oficialmente do partido nos próximos dias.

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Com a adesão do PRD ao projeto de Arruda — que se filiou ontem (15) ao PSD — o tabuleiro político começa a ganhar novos contornos. O pré-candidato já soma quatro partidos em sua base: PRD, PSD, Avante e ainda parte do PL.

Diante desse cenário, Rogério Morro da Cruz e seu grupo devem seguir alinhados com a atual gestão palaciana, que tem como principal liderança o governador Ibaneis Rocha (MDB). A política do DF segue em ebulição — e ainda estamos longe do ponto de fervura máxima.


Políticos x Cana: mistura perigosa

Em tempos de eleição, parece que vale tudo. Até político evangélico subindo em palco para cantar. Fica a dica: não adianta ir à igreja aos domingos e, nos bastidores, marcar presença no “bate-estaca” ou em festinhas noturnas regadas a cerveja, vinho e embaladas pela madrugada.

Todo cuidado é pouco. Se beber, não saia de casa. E se sair, lembre-se: o que se faz na escuridão pode aparecer na luz — e aparecer rápido. A cadeira mais cobiçada do DF está em jogo e, depois da cerveja derramada, não há pano que dê jeito.


Ameaçar jornalista é condenação antecipada

Vários jornalistas têm recebido ligações e recados com ameaças de que serão processados, que poderão enfrentar problemas e retaliações caso não agradem àqueles que detêm mandato. É preciso deixar claro: a função do jornalista é divulgar fatos reais, doa a quem doer. Quem divulga apenas notícias institucionais é assessor de comunicação — e esse não é o papel dos portais de notícias independentes, que têm o compromisso de informar a população sem submissão a interesses políticos.

Ameaçar jornalista é tentativa de intimidação e condenação antecipada. Trata-se de um ataque direto à liberdade de imprensa e, consequentemente, à democracia, direito assegurado pela Constituição. Quando agentes públicos usam o cargo para pressionar ou silenciar profissionais da comunicação, não atacam apenas um jornalista, mas o direito coletivo da sociedade à informação.

Como diz o ditado: “O advogado espera o fato para processar; o delegado investiga; o juiz julga e absolve ou condena.”
Já o jornalista, quando provocado ou ameaçado, consegue fazer tudo isso com uma caneta — e em poucos minutos. E em tempos de redes sociais, a informação corre muito mais rápido do que qualquer versão mal contada ou tentativa de controle narrativo.

Ameaçar jornalista não resolve, só piora. Quem opta pela intimidação escolhe o pior caminho, pois transforma uma crítica pontual em um debate público amplo. O diálogo, a transparência e a prestação de contas ainda são as únicas respostas aceitáveis de quem ocupa cargo público.

Fica o alerta aos políticos do Distrito Federal: grande parte dos jornalistas é formada, experiente e não trabalha sob intimidação. Mandato não é escudo contra questionamentos, nem instrumento para impor silêncio. O jornalismo não se curva a interesses pessoais ou políticos. Silenciar vozes críticas nunca foi e nunca será sinal de força — é demonstração de fragilidade.

Nossa equipe se solidariza com todos os jornalistas, que vem realizando um excelente trabalho na divulgação de notícias nas redes sociais, exercendo o jornalismo com responsabilidade, independência e coragem.

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