Café com Pimenta: As Lendas Urbanas do Poder (ou como o charme burocrático mata mais que o relógio)

Renata Schuster Poli – Jornalista, pós graduada em Comunicação Eleitoral e Marketing Político, analista política com mais de vinte anos tendo trabalhado na Câmara Federal, vice-governadoria e governadoria do GDF, atualmente assessora na Câmara Legislativa DF.

Lendas urbanas pelos corredores do poder contam que uma ex-comissionada do Legislativo recebeu um ‘convite’ do quinto andar e, por pura coincidência ou azar monumental, foi exonerada três dias depois de recusar um passeio com lanchinho e happy hour regado a vinhos caros, música e violão, nos famosos balanços da noite do engomadinho que os colegas apelidaram de Tadalafila. E, como todo cavalheiro do poder, mesmo depois da moça ser exonerada do cargo, ele ainda mandou mensagem oferecendo ajuda — pura cortesia burocrática, daquelas que não limpam sua consciência, mas deixam a reputação em ruínas.

Em terra de carecas, quem tem um fio de cabelo é rei. No meio político, muitos estão carecas de preocupações e noites mal dormidas, enquanto os donos de farmácia comemoram cada comprimido vendido para insônia e ansiedade. Alguns correm, outros se escondem, e há os que literalmente transformam o banheiro em escritório improvisado — porque nos bastidores do poder, a dignidade se mede em metros quadrados de privacidade.

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Quando chove, molha; quando molha, alaga. Assim é a vida de quem vive longe do mar e das areias, no Centro-Oeste do Brasil: reclamar significa se afogar nas próprias lágrimas e nas águas turvas de uma cidade que insiste em ensinar que o poder não perdoa, mas sempre rende boas lendas urbanas para contar no café.

Edição especial da Coluna Café com Pimenta de dezembro. Caso queira participar de nossa coluna, mande seu texto para o e-mail cafezinhodf@gmail.com, com o assunto: Lendas Urbanas, e seja um parceiro.

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